Das 10 doenças que mais contribuem para incapacidade de trabalho, cinco são de foro psiquiátrico, com destaque para a depressão, os problemas ligados ao álcool, as perturbações esquizofrénicas, as doenças bipolares e as demências, refere o documento "Saúde mental em números -2013", que compila dados sobre as principais perturbações mentais entre 2007 e 2011.
Em Portugal, o consumo de antidepressivos é mais elevado do que a média da União Europeia, quer para tratar a depressão (55% em Portugal e 51% na UE), quer as perturbações de ansiedade ( 47% e 41%, respetivamente).
A evolução dos números de suicídios revela um aumento entre 2007 e 2010 e uma ligeira diminuição em 2011, mas é provável que se verifique uma subnotificação desta causa de morte. O relatório sublinha que o "suicídio, frequentemente relacionado com perturbações mentais, é mais preocupante na população com idade igual ou superior a 70 anos". Nas regiões do Alentejo e do Algarve, onde há registo de mais casos de suicídios, justifica-se a intervenção de brigadas móveis, defende o documento do Programa Nacional para a Saúde Mental.
Outra preocupação assumida no relatório é o consumo de substâncias psicoativas, principalmente a canábis, entre os jovens devido à "evidência científica atual do risco psicótico também associado à menoridade". Em 2010, 17% dos alunos do 10.º ano tinham experimentado haxixe, segundo um inquérito nacional a estudantes dos ensinos básico e secundário.
Os dados sobre internamento apontam as psicoses, designadamente a esquizofrenia, como as principais causas que levam à hospitalização dos portadores de problemas mentais. Com a "criação de mais estruturas de reabilitação psicossocial, nomeadamente com a esperada implementação dos cuidados continuados de saúde mental prevê-se a redução do número de episódios de internamento por perturbações psicóticas", revela o relatório.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=3468885